Os maus políticos são como os maus leitores

Os maus políticos são como os maus leitores. Não sabem nada, mas sabem tudo. E são ouvidos. Um mau político, ou afiliado, simpatizante, tem por mania criticar tudo e todos, incapaz de expor claramente uma ideia em prol do bom funcionamento do país. Um mau leitor, tem por mania criticar tudo o que lê, como se a literatura, por boa ou má que seja, se é que existe boa ou má, (já que se não tiver erros sobrepõe-se que se lê sem os assimilar), não existisse para nos cativar mas o contrário. Eles estão em todo o lado, e distinguem-se em um ou outro pormenor. Há os que têm um partido a que pertençam, ou simpatizam, e ai de quem ouse critica-lo nesta ou naquela ideia, abominando qualquer outro. Como os maus leitores, que se apegam a este ou aquele escritor ou género, e daí não passam. Exemplo: "Os romances históricos, ou livros técnicos, é que são bons porque os de ficção em nada contribui para o conhecimento, servem apenas única e exclusivamente para entreter."

Há ainda os que em boa voz se recusam a ser catalogados por um partido, partindo do pressuposto que são todos iguais, e assim sendo, criticam todos na mesma medida. Por norma, não votam. Ou em branco, dizem eles. Os maus leitores, sempre que que vêem um livro elogiado, torcem o nariz, e então se tiverem um livro publicado algures, atiçam-se! Mas incapazes de sugerir algo, deixando a conversa sempre a meio.

Estas espécies apareceram sobretudo no início do Séc. XXI, e têm-se alastrado por todo o país. Percebe-se então de onde vem a crise... de espírito, primariamente!