sábado, 4 de setembro de 2010

Não te Fies do Tempo nem da Eternidade

Não te fies do tempo nem da eternidade
que as nuvens me puxam pelos vestidos,
que os ventos me arrastam contra o meu desejo.
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã morro e não te vejo!

Não demores tão longe, em lugar tão secreto,
nácar de silêncio que o mar comprime,
ó lábio, limite do instante absoluto!
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã morro e não te escuto!

Aparece-me agora, que ainda reconheço
a anêmona aberta na tua face
e em redor dos muros o vento inimigo...
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã morro e não te digo...


(Cecília Meireles, in 'Retrato Natural')

8 comentários:

  1. por consideração às nossas partilhas..venho dizer-te pessoalmente que vou andar fora da net por tempo indeterminado...kinda trying to put my life together..see you later aligator =) *

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  2. Força aí! ;) E andar fora das Net´s também faz bem! Mas vou ter saudades! :$
    Beijo grande! =)

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  3. Quantos de nós não morremos sem antes dizer um simples, "gosto de ti"...

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  4. O amanhã sempre perigosamente tão perto ao virar da esquina, ao virar da página do livro da vida. Quando pensamos agarrar o momento já ele se fez passado num instante indeciso.

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  5. Morrer sem avisar também é continuar a viver em alguém. Eis o amor eterno em que acredito.
    Beijos aos dois

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  6. "Morrrer sem avisar também é continuar a viver em alguém." Gostei...em poucas palavras transmites uma mensagem forte!
    beijinho

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  7. Tenho por aqui passado, sem deixar comentário, por vezes, dá mais para ficar a pensar do que para escrever, mas passo a deixar um Bjo para saberes que estive cá ;)

    Bjo

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  8. :)), é sempre bom saber! E retribuir o beijo aos "meus blogger´s" predilectos! ;)

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