sexta-feira, 17 de setembro de 2010

o pensamento

Iluminava a casa, o quarto, os livros, os poemas que tinha gravado na porta, a rua, o passeio, o gosto do café, a água, os amigos, os olhos. Esse pensamento devolveu-lhe a alegria. Grafitado numa parede leu: "Na terra há tristeza dentro das coisas bonitas", a frase é da Sophia, lembrou logo. Por causa da saudade, acrescentou por baixo. Olhou para o relógio, não para ver horas, mas para lembrar-se ainda mais da namorada. E pensou para ele mesmo, logo não há SMS, vou ligar-lhe e dizer que gosto dela. Que o relógio que lhe deu é o mais bonito dos relógios, que a tatuagem que lhe fez no braço continua lá e só ele consegue ler. Que para nunca se sentir só aperta a mão com força, como lhe pediu, e a sente ali . O pensamento continuava  lá e iluminava a casa, o quarto, os livros, os poemas que tinha gravado na porta, a rua, o passeio, o gosto do café, a água, os amigos, os olhos.

5 comentários: