sábado, 25 de setembro de 2010

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"Tentava encontrar a menina que foi nas crianças que encontrava, para entender finalmente o que sucedeu, o que se passava durante todos aqueles anos em que parecia que nada se passava, que sentia ela exactamente quando tentava com todo o cuidado registar os seus próprios sentimentos, que é que se torceu, que é que se partiu, que é que se secou para sempre na sua vida, porque estava convencida de que aí, nesse escuro enigma que pulsava como um relógio desengonçado no pátio de trás da sua memória, dormia uma resposta que nunca conseguiria decifrar totalmente, uma fórmula simples para odiar de uma vez, para poder amar as suas próprias recordações."
(ALMUDENA GRANDES", in "Os Ares Difíceis)

2 comentários:

  1. E dos anos de menina ficam as raizes que não se vêem, de onde nascerá e que ditarão como será a árvore mulher ;)

    Bjos

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  2. Muito bom,mesmo muito,este texto...para reflectir e meditar!

    Bj*

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