sexta-feira, 14 de maio de 2010

O tempo que o tempo tinha

Não havia necessidade de ser assim, não havia. Alguém devia ter parado, nós mesmos, ou quem nos visse a matar-nos. Não havia necessidade de tanta dor. Tanta mágoa. Afinal hoje é isso; um monte de cenas e mágoas. Não me reconheço, procuro por mim onde fui, e nem no espelho nem em textos que tanto apreciava me vejo, caramba! Mudaste-me tanto e disseste que ia mudar. Não acreditei, acredito hoje. Acredito agora. Estou a mudar agora a pensar no que podia ter sido feito de modo a evitar tanta merda. Tudo seguiu o seu rumo, e se para hoje, agora mesmo, é estarmos assim cientes do que provocamos, sufocados de tanta mágoa, aí eu digo - Sim, valeu a pena.

6 comentários:

  1. “Imagina que te escrevo em voz baixa. Falamos sempre baixo quando queremos que acreditem nas nossas palavras. E tudo o que aqui escrevo é verdade.
    Escrevemos porque ninguém ouve. Escrevo-te porque estás longe, numa cidade onde o nevoeiro roubou o ar ao sol e as pessoas pensam mais do que sentem..."

    Parece-me um bom começo...
    Escrevo como se te olhasse nos olhos,há palavras que não precisam ser ditas,"elas sabem bem mais que nós..."

    Não havia necessidade,não havia maturidade...
    Parece impossivel,como tudo mudou à nossa volta e continuamos a conhecer-nos tão bem...
    Parece complicado mas 'o teu mal fez-me tão bem'...

    Parece de loucos mas obrigada por tudo...
    Quem te disse um dia que irias mudar,talvez hoje arriscasse a dizer que só te falta partir em busca dessa tal felicidade,da liberdade,da tua vida...

    Todos nós temos um momento de egoísmo nas nossas vidas...

    Quem nunca bateu com a cabeça na parede?

    Dá o teu melhor a ti propria...

    Faz-me um favor e SÊ FELIZ!

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  2. Tu não sabes mas sempre te denominei como o meu prefácio. Sabias mais que eu, eras mais madura. E, parece-me sina, sou sempre a miúda que aparece para aprender. Houve muita cena que não sabia como lidar mas nunca me senti só. Vivia atormentada com o bem ou o mal e a tendência a catalogar as pessoas por esses parâmetros. Hoje sei que errava, que é mal ver tudo assim. É mais à Alice no País da Maravilhas, todos nós temos um papel nas nossas vidas, cada um a marca a do outro à sua maneira. Aprendi isso, aprendi muita coisa. Nunca aspiramos grandes glórias, quisemos sempre ser nós. Sem bens, sem maus. E fomos bons, fomos maus. Valemos por isso. Desculpa o diálogo mas tu disseste que tinhas saudades das minhas teorias e que devia acreditar no que dizias. Acredito. Acredita também tu em mim quando digo que muitas vezes tive saudades. Tenho saudades.

    Beijos miúda.

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  3. Saudades!
    Tambem tive saudades.Tenho saudades!
    Estava aqui em mais uma das nossas guerras de filosofia e tive um flash...
    Tinha sede de te entender.
    Tinha sede de poder libertar umas quantas palavras e haver alguem que as entendesse...
    Palavras,ou pensamentos...
    Mas saudades...
    Nao sei se pensas o mesmo que eu,mas isto so me faz lembrar um ou outro livro...
    Parecemos duas personagens daquelas que so existem mesmo na criatividade de alguns cérebros iluminados!
    Isto tudo so para dizer que são saudades!
    Sede de libertar pensamentos,as nossas,ou tuas filosofias,como queiras chamar!

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  4. Um dia dei-te este poema

    AMIGOS
    (Vinícius de Moraes)

    Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.

    Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

    A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor.

    Eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

    E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!

    Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências.

    A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. É delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.

    E às vezes, quando os procuro, noto que eles não têm noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí.

    E me envergonho, porque essa minha prece é em síntese, dirigida ao meu bem estar.

    Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

    Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.

    Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer.

    Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que não desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

    A gente não faz amigos, reconhece-os.

    ... e prevalece sempre, CARAMBA!! =)

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  5. Como nesta coisa dos blogues as palavras são para ser usadas,e quando nao se tem palavras segundo quem me informou usamos as palavras de outros,ca vai a maluca da margarida em altas...coisas que eu aprendi,ou q me foram caindo em cima da cabeça... (para quem nao queria dialogos...lol)

    "Às vezes é preciso aprender a perder, a ouvir e não responder, a falar sem nada dizer, a esconder o que mais queremos mostrar, a dar sem receber, sem cobrar, sem reclamar. Às vezes é preciso respirar fundo e esperar que o tempo nos indique o momento certo para falar e então alinhar as ideias, usar a cabeça e esquecer o coração, dizer tudo o que se tem para dizer, não ter medo de dizer não, não esquecer nenhuma ideia, nenhum pormenor, deixar tudo bem claro em cima da mesa para que não restem dúvidas e não duvidar nunca daquilo que estamos a fazer.
    E mesmo que a voz trema por dentro, há que fazê-la sair firme e serena, e mesmo que se oiça o coração bater desordeiramente fora do peito é preciso domá-lo, acalmá-lo, ordenar-lhe que bata mais devagar e faça menos alarido, e esperar, esperar que ele obedeça, que se esqueça, apagar-lhe a memória, o desejo, a saudade, a vontade.
    Às vezes, é preciso partir antes do tempo, dizer: aquilo que mais se teme dizer, arrumar a casa e a cabeça, limpar a alma e prepará-la para um futuro incerto, acreditar que esse futuro é bom e afinal já está perto, apertar as mãos uma contra a outra e rezar a um Deus qualquer que nos dê força e serenidade. Pensar que o tempo está a nosso favor, que a vontade de mudar é sempre mais forte, que o destino e as circunstâncias se encarregarão de atenuar a nossa dor e de a transformar numa recordação ténue e fechada num passado sem retorno que teve o seu tempo e a sua época e que um dia também teve o seu fim.
    Às vezes mais vale desistir do que insistir, esquecer do que querer, arrumar do que cultivar, anular do que desejar. No ar ficará para sempre a dúvida se fizémos bem, mas pelo menos temos a paz de ter feito aquilo que devia ser feito. Somos outra vez donos da nossa vida e tudo é outra vez mais fácil, mais simples, mais leve, melhor."

    Tive isso guardado até a bem pouco tempo,quando o meu pc se lembrou de ter um avc...

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  6. O meu há pouco tempo também se lembrou de ter um AVC. Ah, a Margarida, nunca fomos amigas... confesso. Já conhecia este devaneio e não concordo. E como vim de um bar e são duas da manha não me apetece explicar mas acho que também é daquelas coisas que só se explicam frente a frente, sim, o nosso futuro frente a frente vai ser engraçado. ;p

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