quarta-feira, 28 de abril de 2010

A Sombra Do Vento - Carlos Ruiz Zafón

Há memórias que, eternamente, nos fazem sombras. Como os livros. A Sombra Do Vento foi o melhor que me aconteceu este ano. E tudo começou numa biblioteca quando arrastei a Vanessa, a bibliotecária, comigo para perto da literatura espanhola, portuguesa e inglesa. Falamos de livros, era terça-feira, a semana não prometia até que pegou no livro e disse:

Leva este.
Levei. Entranhei-me no livro, é genial. Descreve e de que maneira o carinho que conseguimos ter pelos Livros, pelas palavras dos outros, que parece que nos conhecem melhor que nós mesmo. Sei isto por experiência própria, há muita coisa em mim, que sou, que só percebi com certos Livros. Os bons Livros, como este, que nos preenche. Amor!, mistério, amizade, intrigas, ideologias, tudo está neste romance soberbo. O enredo é si é atroz! As personagens cativam-nos, outras causam-nos repulsa. Como na vida. E ainda o ficarmos com a sensação que os Livros não são nossos, nunca o vão ser, nem tão pouco de quem os escreves, como pensou Carax. Por ironia, enquanto estava a lê-lo num café e uma Senhora reparou, veio-se logo sentar-se ao pé de mim com os olhos muitos abertos e num sussurro

Foi o primeiro livro que me fez chorar
Encontrou-o no mesmo sítio que eu. Falamos sobre ele e combinamos andar com um livro na mão para quando nos víssemos troca-los. Também amanha vou entregar este Diamante à biblioteca, pois não quero privar ninguém de o ler.


"Há piores prisões que as palavras.Agora já sei que te perdi, que perdi tudo. E ainda assim não posso deixar que partas para sempre e me esqueças sem que saibas que não te guardo rancor, que o sabia desde o princípio, que sabia que te ia perder e que tu nunca ias ver em mim o que eu via em ti. Quero que saibas que te amei desde o primeiro dia e que te continuo a amar, agora mais do que nunca, mesmo que te custe. (...)  Enquanto te escrevo, imagino-te naquele comboio, carregado de sonhos e com a alma despedaçada de traição, fugindo de todos nós e de ti próprio. Há tantas coisas que não te posso contar, Julián! Coisas que nunca soubeste e é melhor que nunca saibas." (A Sombra Do Vento)

5 comentários:

  1. Os livros,as palavras...são um mundo que fantasiamos de forma ímpar e bela...e bela foi a bênção das pastas da minha filha Margarida,que agarrada aos livros e palavras cumpriu o seu objectivo...no "outro lado"...visita...foi bonito!

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  2. Só pela breve amostra, parece um belo pretexto para alimentar o meu gosto pela leitura. Obrigado pela partilha.

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  3. É excelente. É daquele livros de uma vida.

    Boas leituras!!

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  4. Comecei hoje ;) Parece ser excelente, pela sua descrição.

    Saudações, Moura Aveirense

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  5. Amei! Muito mesmo. Boa leitura, então! :)

    Beijos

    Obrigado p´la visita.

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