segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia da Mulher



Eu quero furar a narina
usar uma argola no umbigo
tingir-me de purpurina
e andar pela rua contigo

quero furar o mamilo
tatuar um peixe no braço
afirmar lá o meu estilo
e demarcar o meu espaço

eu quero ser afro-zulu
mostrar na pele o meu tabu

eu quero usar um brilhante
nas nuvens do céu da boca
mas a minha mãe não gosta
porque é demasiado barroca

ela não sabe a angústia
que esta diferença me poupa
não vou ser o zombie cinzento
que ela tem no guarda roupa

eu quero ser afro-zulu
mostrar na pele o meu tabu
quero ser afro-zulu
nativo urbano industrial

mostrar na pele o meu tabu
ser por direito um ser tribal
quero ser afro-zulu
nativo urbano industrial
mostrar na pele o meu, tabu

eu quero ser afro-zulu
mostrar na pele o meu tabu

(Clã, o meu estilo.)

7 comentários:

  1. eu nao sou adepta destes dias pre-definidos. mas gostei do que fizeste com ele =)

    ResponderEliminar
  2. Eu estou ciente que ao que chegamos hoje é graça à coragem dos outros, daí ter ido buscar a música como pretexto. Também não sou muito adepta! Bjinhus

    ResponderEliminar
  3. Gosto imenso dos clã.

    Para todas as mulheres, hoje e sempre, um dia feliz!

    Saudações

    ResponderEliminar
  4. Não nos conhecemos. Conheces realmente alguém?
    Queria apresentar-me, mas ainda não descobri o suficiente sobre mim para te fazer saber quem sou.
    No entanto sei que sou…pobre. Ou, pelo menos, é como me sinto. O que possuo? Supostamente deveria ser pouco, mas confesso que tenho muito. Possuo apenas a enorme presença da tua ausência, juntamente com a certeza de que aqui estás, todos os dias. No fundo, és a minha riqueza, o meu tesouro pessoal.
    Devia ter vergonha em assumi-lo, pois não te tenho e sei que nunca o ia merecer.
    Devia ter vergonha de mim ao chamar-me pobre, possuindo tudo aquilo que preciso para enfrentar cada manhã com um pequeno sorriso. Sim, é verdade, a manhã custa-me mais que a noite, pois a noite trás a certeza de que te irei ver mais claramente, ainda que em sonhos; já a manhã, separa-me de ti, leva-te para longe e grita: “és insignificante, estás só, sem ninguém”!
    E vale a pena viver assim? Vale. Porque mesmo que nem em sonhos te visse, eu iria ter a certeza de que irias cá estar, só para mim, mesmo não sendo minha.
    Sei que nunca vais ser de ninguém, nem toda, nem pela metade, nem por um pedacinho. E daí, talvez eu nem te queira, pois que graça teria um sonho concretizado? Nem serias quem eu penso que és, e definitivamente, não quem eu quero que sejas, se um dia te deres a conhecer.

    ResponderEliminar
  5. Concordo. As pessoas não são como as imaginamos. E pedi-lo que sejam é excluir parte delas. É ser egoísta!
    Assim sendo antes não me dar a conhecer, seja lá quem tu fores!
    Beijos

    ResponderEliminar
  6. Dei-te um tiro. Não sei onde foi, que projéctil usei ou até a arma do atentado. Aquilo que sei é que não tinha intenção de o fazer.
    Procuro uma palavra…mas não a encontro…ajudas-me? Essa palavra, no sítio certo, permite alvejar-te mesmo no centro da testa, bem onde eu pensei ser merecido assim que li as tuas palavras. Não te preocupes, não falo realmente a sério.
    Serviu-te a carapuça? Já devia ter calculado. Sentimo-nos sós, insignificantes, apesar de nos sabermos bem presentes, duas almas a vaguear lado a lado, lembrando-nos mutuamente disso todos os dias. Bem sabemos que aquilo era apenas o que a manhã me grita, pois eu sei que estás aqui e que sempre tenho algum significado (deixa-me lá “ter a mania” só por um bocado). É por isso, também, que ponho os pés no chão e caminho rumo ao novo dia com a merda do meu sorriso.
    Porque é que te achas insignificante? A imagem que tenho de ti é de uma imensidão tamanha que penso que não te mereço. E é por essa mesma imensidão que não te vejo de ninguém, verdadeiramente, por achar que ninguém te merece, também. Ou simplesmente por querer acreditar nisso.
    A tua interpretação saiu ao lado, e fez o meu disparo acidental atingir-te (ou puseste-te a frente de propósito? Algo me diz que sim). Será por não dizer o meu nome? Pedi-te que me conhecesses, nunca pensei que pedir isso fosse demais.
    Agora sei que foi e não vou nem quero voltar a cometer o mesmo erro. Vou deixar-te em paz, com o meu “eu” de toda a gente, esse “eu” que mostro, e resignar-me à INSIGNIFICÂNCIA e ao facto de conhecer apenas o que deixas transparecer. Não devia queixar-me; tenho uma sorte do diabo em poder fazê-lo.
    Não quero que sejas desta ou daquela maneira...também erraste nesse ponto…quero-te exactamente assim…perfeita, perfeita (mais ainda que a cerveja).
    E pelo agradecimento, ora essa, dispõe sempre. Mas da próxima avisa o sítio onde precisas de um furo…para ti, tento sempre ser útil!

    ResponderEliminar